Publicada em 24 de Outubro 2019.
Esta semana vamos conversar sobre o consumo de leite e derivados no Brasil.
O Anuário do Leite de 2019, produzido pela Embrapa, trouxe este ano, vários conteúdos interessantes.
Um deles, mostra que as taxas de crescimento anual do consumo de leite no Brasil são superiores ao crescimento mundial, mas vem caindo desde 2014.
Atualmente, 816 milhões de toneladas de leite são produzidas por ano no mundo e, em média, 116,5 equivalentes kg de leite são consumidos por habitante. E esses números têm aumentado a cada ano, a taxas anuais médias de 1,2%, desde 1999, segundo o IFCN-Dairy Research Center. No Brasil, as taxas de crescimento anual do consumo de leite nos últimos dez anos são superiores ao crescimento mundial: média 2,7% ao ano.
Em valores totais, o consumo de leite brasileiro só apresentou queda em 2001, 2003, 2015 e 2017. Mas, se for considerado o consumo per capita, este vem caindo desde 2014, chegando ao nível de 166 litros de leite/habitante em 2017, valor que corresponde ao nível de consumo de 2012.
De acordo com a Pesquisa Industrial Anual do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresentada este ano, o leite longa vida é o derivado lácteo que apresentou o maior valor de vendas no setor em 2016, seguido de perto pelos queijos. O leite UHT foi o 27º produto industrializado mais vendido no Brasil em 2016. Dentre os alimentos, ele perdeu apenas para carnes, açúcar, cervejas e refrigerantes.
No entanto, apesar de ser o lácteo mais vendido no Brasil, são os queijos os produtos que têm apresentado maiores taxas de crescimento nos últimos anos. Enquanto o valor de vendas de leite UHT cresceu 138% entre 2005 e 2016, o valor de venda dos queijos expandiu-se 509%, ultrapassando as vendas de leite longa vida no último ano. Em volume de vendas, o leite longa vida ainda lidera, com crescimento de 24% no período analisado, chegando a 4,8 milhões de toneladas vendidas em 2016. Já os queijos tiveram crescimento de 124% no volume total vendido no período de 2005 a 2016, atingindo a marca de 785 mil toneladas vendidas em 2016.
Com isso, o leite UHT teve sua participação reduzida de 48% para 33% do valor total de vendas do setor. Os queijos saltaram de 12,8% para 23,7%. Isso mostra diversificação no padrão de compra de lácteos dos brasileiros em busca de produtos de maior valor agregado. Além de apresentar uma grande variedade de tipos, sabores e tamanhos, os queijos atendem às novas tendências de consumo de alimentos nutritivos e, ao mesmo tempo, práticos no consumo.
Kennya B. Siqueira - Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora-MG
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